Esgoto no mar: os maricultores em Florianóplis estão pagando o preço mais uma vez

A Vigilância de Saúde da Capital suspendeu na última sexta-feira, 4, a produção e o consumo de mexilhões ( marisco e ostras) por conta do fenômeno chamado "Maré Vermelha" que atingiu mais uma vez o litoral de Florianópolis.

Isso acontece por conta da poluição, a especulação imobiliária, a pesca e a caça predatórias, aliadas à retirada da vegetação nativa, provocam o recuo e às vezes a extinção das regiões estuarinas, permitindo o carreamento de quantidades cada vez maiores de material orgânico para o leito marinho. Através da erosão do solo, inclusive o que acelera o desequilíbrio ambiental que acaba contribuindo para a hipertrofização das algas marinhas, entre as quais se inclui as que provocam o fenômeno da maré vermelha.

O esgoto (industrial, comercial, hospitalar e doméstico) constitui-se em uma das maiores ameaças para a vida marinha e para as pessoas que vivem no litoral, porque age como um fertilizante , leva para o mar grande quantidade de matéria orgânica, o que acaba contribuindo para uma explosão do fitoplâncton – uma explosão que, não por acaso, é conhecida por "bloom". Desa forma, a vida microscópica cresce de forma desordenada, prejudicando os outros microorganismos marinhos, que ficam sem espaço, sem oxigênio e sem nutrientes necessários para sua sobrevivência.

O município de Florianópolis já foi afetado duas vezes no ano passado.

O consumo de mariscos contaminados pelas toxinas geradas por essa microalga pode provocar grave toxinfecção alimentar, cujos sintomas principais são diarréia, náuseas, cefaléia, dores abdominais e vômito, podendo gerar um grave quadro de desidratação que, se não tratado a tempo, pode conduzir a óbito.