May 24, 2010

Biutiful em Cannes


Quem acompanha esse blog sabe que sou fã de carteirinha do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu. Esse mês, no Festival em Cannes, Inárritu apresentou seu último filme "Biutiful" estrelado por Javier Bardem .

Segundo alguns colunistas
o filme foi recebido com aplausos e muitas lágrimas na sessão para a imprensa, sendo que a atuação do espanhol Javier Bardem foi aplaudida por toda crítica. "Nunca vi ninguém investir tanto de si em um personagem, Javier pode com coisas mínimas transmitir a complexidade do personagem, e isto exige muito talento" afirmou o cineasta mexicano sobre Bardem.

E Javier devolveu ao mexicano os elogios recebidos na coletiva: "Alejandro é um dos maiores diretores de todos os tempos"

Em “Biutiful”, o enredo se concentra em Uxbal (Javier Bardem, premiado com o Oscar por “Onde os Fracos Não Têm Vez”), homem bom, divorciado, com a guarda dos filhos e sempre na luta para viver com dignidade. Um dia, ele descobre que está com câncer terminal. No pouco tempo que lhe resta, Uxbal tentará fazer o que acredita ser certo, mesmo com “o mundo inteiro contra ele”, nas palavras de Iñarritu

Aos críticos que reclamaram do fato de "Biutiful" ser um filme deprimente, obscuro, o cineasta mexicano respondeu que esta é sua obra "mais cheia de luz e de esperança".


“Há muita esperança. Estou falando de relações próximas numa era dominada pela internet e na qual todos vivemos distantes uns dos outros. A privacidade se tornou o movimento punk moderno”, protestou Iñarritu. Jornalistas bateram palmas, e ele logo completou: “Só temos visto filmes com explosões, cinismo, matança. Isso é a vida? É engraçado? Eu acho depressivo”, questionou.


É ou não é imperdível?


O que os críticos escreveram sobre o filme:


Entenda que Biutiful possui uma forte e linear estrutura narrativa. No entanto, acima de tudo, é um lindo e melancólico conto sobre o amor, a paternidade e a culpa. Algumas cenas são absolutamente dolorosas de se ver. (Kirk Honeycutt, Hollywood Reporter)


Fiel às raízes comerciais, sabe como produzir imagens marcantes. Mas o tipo de beleza que Iñárritu busca (algo profundo ou mesmo espiritual) está muitas vezes fora de seu alcance. (Anthony Kaufman, IFC)


Iñárritu tem trabalhado em Biutiful há muito tempo. Colocou sua alma e coração não somente no roteiro, mas em todo o projeto, e espero que tudo isso seja retrubuído ao início de 2011. Bardem é um candidato em potencial para indicação ao Oscar e não enxergo a direção e o roteiro do filme sendo ignorados, bem como a edição e a fotografia. (Brad Brevet, Rope of Silicon)


Recomendado para quem estiver disposto a ver Bardem usando uma fralda ou urinando sangue várias vezes num banheiro sujo. (Sukhdev Sandhu, Telegraph)
Para quem nunca admirou os filmes de Iñarritu, dotados daquele estilo bombástico que parece sempre querer mostrar de maneira tão enrolada um mundo já tão complicado, o novo trabalho dele deve registrar como seu nível mais baixo até agora. (Kleber Mendonça Filho)


Com Biutiful, Iñárritu felizmente reconheceu a necessidade de escrever suas próprias histórias. O desempenho de Bardem é um dos melhores de sua carreira. (David Bourgeois, Movieline)

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