Aug 28, 2009

Meditação da semana








Sinta-se Saturado

Por sete dias tente um simples experimento: sinta seu sangue, seus ossos, sua carne, seu corpo, repletos de tristeza – cada célula do corpo triste; noite escura ao seu redor; muito carregada, depressiva; nem um só raio de luz; nenhuma esperança, desalento, como se você fosse morrer. A vida não está pulsando em você; você está só esperando pela morte. Isso é como se a morte já tivesse ocorrido, ou ocorrendo. Por sete dias contemple o sentimento que a morte penetrou através do corpo, que ela penetrou fundo nos ossos, até a medula. Continue pensando dessa maneira, não perturbe esse humor. E então, após sete dias, veja como você sente. Você será somente um peso morto. Todos os sentimentos terão desaparecidos, o corpo não será sentido como estando vivo. E o que você fez? Você tem estado comendo, você tem feito tudo do mesmo jeito que você sempre faz; a única mudança foi na imaginação – há um novo padrão de imaginação ao seu redor. Você irá conseguir. Realmente, você já conseguiu isso; você está fazendo-o, você é um perito em fazer isso, despercebidamente. É por isso que digo para começar com a tristeza. Se eu disser para ficar repleto de felicidade, isso será bem difícil. Você não pode concebê-lo. Mas se você puder fazê-lo com a tristeza, assim você se tornará cônscio de que se a tristeza pode acontecer a você, por que não a felicidade? Se você pode criar um ambiente triste ao seu redor e tornar-se uma coisa morta nele, então por que você não pode criar um ambiente vivo ao seu redor e ficar vivo, dançando? O outro se torna concebível. Em segundo lugar, você ficará cônscio que toda e qualquer tristeza que você tenha passado não era real. Você era o criador disso, você era o autor; despercebidamente você estava provocando isso. Parece difícil acreditar que sua tristeza é sua imaginação porque assim toda a responsabilidade recai sobre você. Desse modo ninguém mais é responsável, então você não pode jogá-la sobre Deus, sobre o destino, nos outros, na sociedade, na esposa, no marido – você não pode jogá-la em lugar nenhum. Você é o criador, e o que quer que esteja acontecendo a você, você o está criando. Tente isso por sete dias, conscientemente. E depois, eu digo, você nunca mais ficará novamente triste – porque você terá conhecido a chave.

Então por sete dias tente apenas ficar numa corrente de felicidade – flutuando nela, cada respiro lhe dando êxtase: apenas sinta-o. Comece com a tristeza por sete dias e então por sete dias mova-se para o oposto. E quando você se move para o oposto direto, você o perceberá melhor porque o contraste estará aí. Assim você só pode tentar esse experimento – porque isso é mais profundo do que a felicidade. A tristeza é a superfície, felicidade está no meio, e esse é o último núcleo, o núcleo mais profundo, a essência cósmica: Sinta sua substância, ossos, carne, sangue, saturados com a essência cósmica, com vida eterna, com energia divina, com a essência cósmica. Mas não comece isso diretamente porque assim você não será capaz de tocá-la. Comece com a tristeza, depois se mova para a felicidade, e depois tente a origem, a própria origem da vida – a essência cósmica. E sinta-se repleto dela. E essa técnica, de se sentir saturado com o cósmico, é simplesmente maravilhosa! Desde manhã cedo, quando você se sentir acordando, quando você perceber que o sono se foi, o primeiro pensamento tem que ser dessa saturação – agora o Divino está se abrindo, retornando do sono, não você.


Assim os Hindus, que tem sido uma das raças mais penetrantes do mundo, começarão o primeiro respiro deles com o nome de Deus. Agora isso se tornou uma formalidade e o essencial se perdeu, mas isso foi a raiz – que no momento que você fica alerta pela manhã você não tem que lembrar de si mesmo, você tem que lembrar do Divino. O Divino deve ser lembrado, ele deve ser o primeiro e o último. E se ele realmente for o primeiro pela manhã e o último à noite, ele estará com você por todo o dia, no meio também


Osho

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