Laura Dern e seu marido Ben Harper
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| O mais recente filme de David Lynch, “Inland Empire”, tem, novamente, como protagonista Laura Dern. A película estreia amanhã nos cinemas portugueses.
Um primeiro contacto com as imagens do filme serve para que, qualquer cinéfilo reconheça a marca do universo "lynchiano": o ambiente, a música, as personagens bizarras e os actores-fétiche.
"Inland Empire" é talvez o filme mais estranho de David Lynch, desde 1977, altura em que realizou "Eraserhead", a primeira longa-metragem. Se há seis anos, o filme "Mulholand drive" provocou muita conversa à saída do cinema, com muitos espectadores atónitos, sem perceberem onde tinham estado e ao que tinham assistido, agora são três horas de pura alucinação.
A película foi apresentada no passado festival de Veneza e Lynch apenas desvendou que o filme é sobre uma mulher em apuros e um mistério. Pode acrescentar-se que é um filme dentro do próprio filme e que essa mulher é Laura Dern, A actriz volta a contracenar num filme de Lynch, 16 anos depois de "Coração selvagem" e 20 depois de "Veludo azul".
No argumento, Jeremy Irons é um realizador britânico que tenta triunfar em Hollywood e Laura Dern é uma actriz, a protagonista do remake de um filme amaldiçoado. O filme não teve guião e as cenas foram escritas dia-a-dia por Lynch.
Trata-se de um mundo desconhecido para os actores e espectadores. Este é precisamente o objectivo do realizador que pretende que o público, ao entrar na sala, entre num mundo novo, como se observasse um quadro abstracto. Cada pessoa uma interpretação.
A rodagem do filme durou dois anos e meio, entre a Polónia e Los Angeles, sendo que a convencional película deu lugar ao vídeo digital.
O nome do filme surgiu de uma conversa entre o realizador e Laura Dern. A actriz disse que o marido, o músico Ben harper, era de Inland Empire, uma zona de Los Angeles e, de imediato, Lynch não ouviu o resto da conversa. O realizador cingiu-se ao som das palavras e, a partir daí, como sempre, começou a ser bombardeado por ideias.
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