Se você não viu, vale a pena assistir ao vídeo,
Jabor foi muito lúcido sobre esse caso.
A Palma de Ouro da 61ª edição do Festival de Cannes ficou na França, para o filme Entre les murs, de Laurent Cantet, em uma decisão "unânime" do júri, como também ocorreu com o prêmio de Melhor Ator para Benicio del Toro, por sua recriação de Che.
A brasileira Sandra Corveloni, uma mãe que tenta levar adiante seus quatro filhos - com mais um a caminho - em Linha de Passe, de Walter Salles, ficou com o prêmio de Melhor Atriz, enquanto o turco Nouri Bilge Ceylan, de Três macacos, foi eleito o Melhor Diretor.
Confira a lista completa dos vencedores:
Melhor Filme: Entre les murs, de Laurent Cantet
Melhor Ator: Benicio del Toro, por Che
Melhor Atriz: Sandra Corveloni, por Linha de Passe
Melhor Diretor: Nouri Bilge Ceylan, por Três macacos
Melhor Roteiro: Le silence de Lorna, por Jean-Pierre e Luc Dardenne
Grande Prêmio do Júri: Gomorra, de Matteo Garrone
Prêmio Especial: Catherine Deneuve e Clint Eastwood
Prêmio Câmara de Ouro: Hunger, de Steve McQueen
Melhor Curta-metragem: Megatron, de Marian Crisan
Com agências internacionais
Leiam que interessante as impressões de Saramago sobre o filme de Meirelles:
"Gostei muito, muito, muito. Emocionei-me algumas vezes", disse o Nobel da Literatura, destacando uma "cena breve" em que nove mulheres passam atrás de uma janela em fila indiana.
"Talvez possam ser como a representação do destino ou da história da mulher ao longo dos tempos", acrescentou o autor que viu o filme numa sessão privada, sábado à noite.
José Saramago falava aos jornalistas durante uma conferência de imprensa conjunta com o realizador de "Blindness", o brasileiro Fernando Meirelles, que ocorreu no Palácio Nacional da Ajuda, onde está patente a exposição "José Saramago. A Consistência dos Sonhos", que ambos visitaram.
Sublinhando que a adaptação e o guião do filme estão muito bem feitos, o escritor afirmou que "Blindness" agradou-o "em todos os aspectos".
Perante os jornalistas, Saramago confessou o fascínio que tem pelo personagem do cão que lambe as lágrimas de uma mulher e admitiu que teria gostado que o animal escolhido para o filme fosse maior.
"Podiam esquecer tudo, mas gostava de entrar na história como o criador do cão das lágrimas. Confesso que aquele não é exactamente o que imaginei. E numa situação daquelas, de uma cidade reduzida ao caos, o cão não podia ser um cachorrinho", disse.
Para o escritor, o animal escolhido "não tem a potência dramática que tentou dar àquele personagem".
Questionado se conversou com Fernando Meirelles durante as filmagens de "Blindness", o Nobel da Literatura disse que se encontrou apenas com o realizador brasileiro no início do processo.
"Tenho o princípio de não interferir no trabalho de quem está a fazer o trabalho. Não gosto de dar sentenças. O realizador tinha de se sentir totalmente livre. Não era eu que lhe ia bater no ombro e dizer o que fazer. Não queria que qualquer palavra minha pudesse ser interpretada como a expressão de qualquer minha vontade", afirmou o escritor.
Quanto à possibilidade de Fernando Meirelles adaptar outro livro seu ao cinema, José Saramago disse que "não há nenhuma razão" para o realizador brasileiro ficar "agarrado" à sua obra, mas "se algum lhe interessar, conversaremos".
Num comentário às críticas pouco favoráveis que saíram do Festival de Cannes, onde "Blindness" foi o primeiro filme a ser exibido, o Prémio Nobel desvalorizou as opiniões dos críticos de cinema afirmando que o que os distingue de um qualquer apreciador de cinema é o facto de terem a possibilidade de publicar a sua opinião.
Por seu lado, o realizador brasileiro disse que houve "críticas boas e ruins", mas confessou que estava mais ansioso por ouvir a opinião de José Saramago.
"Estava mais ansioso do que quando mostrei o filme para três mil pessoas em Cannes", afirmou aos jornalistas, mostrando-se satisfeito por "Blindness" ter agradado a Saramago.
Questionado sobre se iria adaptar outra obra do autor português, Fernando Meirelles disse que dá sempre "um passo depois do outro" e não sabe o que vai fazer a seguir.
No entanto, admitiu que tem vontade de "fazer uma coisa mais leve", talvez uma comédia.
"As preocupações sociais fazem parte do meu universo de atenção. Mas agora queria trabalhar num assunto leve. Tenho feito filmes com temática muito dramática e queria uma coisa mais leve, como uma comédia", afirmou.
Quanto ao "Blindness", que chegará a Portugal em Novembro, Fernando Meirelles disse que a versão mostrada em Cannes é a 11ª edição montada do filme, que "ainda não está acabado".
"Como fomos fazer a abertura tivemos de o apressar, mas vai ter um último acerto e a versão que vai chegar a Portugal em Novembro não vai ser igual", afirmou.
Sobre a exposição que hoje visitou durante cerca de uma hora com o Nobel da Literatura, o realizador brasileiro mostrou-se surpreendido "pelo volume" da vida de Saramago.
"É perceber a história de uma vida. É muito emocionante perceber uma vida, ver o seu lado de inteligência, de política, de artista e de pai de família que tem de traduzir para trabalhar", disse.
MCL.
SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo, em Cannes
Três dias após a exibição de "Ensaio sobre a Cegueira" na abertura do Festival de Cannes, o diretor Fernando Meirelles contabilizava, ontem, "80% de críticas negativas" a seu filme.
Meirelles passou a ouvir com freqüência a provocação: "É cegueira da crítica?". A resposta do cineasta afasta o confronto: "Não. Sou democrático. Respeito opiniões diferentes".
Mas o diretor não recua da defesa de sua obra. "Há muita experimentação nesse filme. É claro que é mais fácil seguir um caminho conhecido. Mas, por alguma razão, sempre me coloco em situações de risco", diz.
Além das experiências que fez no modo de dirigir "Ensaio sobre a Cegueira", Meirelles cita a escolha do aclamado livro do Nobel de Literatura português José Saramago como outro risco que decidiu correr deliberadamente. "Adaptar um bom livro é sempre considerado um erro. Eu sabia disso. Talvez seja algo suicida em mim."
Saramago assistirá ao filme em sessão privada hoje à noite, em Lisboa. Com a saúde frágil, o escritor foi desaconselhado pelos médicos de viajar até Cannes. "Talvez os médicos soubessem que as críticas iam ser ruins", brinca Meirelles.
Em tom sério, ele volta à questão de se arriscar e cita o "grande apoio" que tem de seus pais. "Desde sempre e ainda hoje eu tive essa sensação de que posso contar com eles, de que há alguém a quem recorrer."
À parte o apoio, Meirelles diz que "o sofrimento é um bom modo de aprender" e que "se há uma questão que o filme propõe é essa: quanto sofrimento é necessário para aprender?".
Com a repercussão em Cannes, o diretor diz ter aprendido ao menos uma coisa: "Se você tem um filme polêmico, não o leve a um festival".
"Ensaio sobre a Cegueira" é um dos 22 concorrentes à Palma de Ouro. O vencedor será conhecido no próximo dia 25.
O filme deve chegar aos cinemas no segundo semestre.
Meu amigo da época de faculdade Puccamp, José Henrique Borghi esteve aqui em Florinópolis ,na última quarta-feira, publicitário renomado fez uma palestra falando sobre a necessidade de interatividade do "criativo" com o consumidor .
Leia a reportagem abaixo publicada no "Barriga Verde on line ":
"Em 10 segundos tudo pode mudar" a frase é de José Henrique Borghi, um dos publicitários mais premiados no mundo, que lotou, na quarta-feira, 14 o auditório do Majestic Palace Hotel, em Florianópolis.
Bonghi falou sobre o perfil do novo profissional de criação durante o 36º Encontro do Clube de Propaganda e Marketing de SC
"Se você acha que para ser um publicitário de sucesso basta apenas ter um diploma, criatividade e uma boa sacada, está na hora de rever seus conceitos a respeito da profissão", disse o publicitário
Para se manter no mercado de trabalho é preciso estar atento às novas possibilidades e preparado para atuar nos mais variados meios de comunicação. Mais importante ainda é que o profissional saiba se adaptar as atuais necessidades. O perfil desse novo profissional de criação foi o tema abordado, por José Henrique Borghi, um dos nomes mais consagrados e premiados da publicidade mundial, durante a 36º edição do Encontro do Clube de Propaganda e Marketing de Santa Catarina.
O evento reuniu cerca de 400 participantes entre anunciantes, profissionais da área e estudantes. Logo no início da palestra Borghi fez questão de ressaltar que o publicitário, em especial os envolvidos com o processo de criação, precisam encontrar maneiras diferentes e inusitadas de chegar até o consumidor.
Segundo ele, não basta apenas ter boas idéias, é essencial que todo o processo de criação seja baseado em dados reais, pesquisas que mostrem qual a tendência do mercado, do produto e da marca. Ele citou o caso da Nokia, que foi a primeira a utilizar um comercial com a tecla SAP. O que parecia ser apenas uma grande sacada de um publicitário, na verdade foi fruto de toda uma estratégia mercadológica.
"Hoje as coisas são rapidamente modificadas. Tudo tende a se tornar descartável, em 10 segundos tudo pode mudar", afirmou Borghi
"Os consumidores deixaram de ser passivos. Diariamente recebem uma enxurrada de informações e já sabem escolher exatamente o que lhes interessa", declara.
Borghi lembrou ainda que o novos profissionais precisam saber ir além dos comerciais de 30 segundos. "Certamente eles vão continuar existindo, mas, aos poucos, estão dando lugar a uma comunicação mais dinâmica. Na minha geração as crianças passavam horas na frente da televisão. Hoje, por exemplo, meus filhos passam 70% do dia na frente da internet, com acesso a um conteúdo bastante amplo.
Os novos publicitários também devem ter um leque bastante diversificado na hora da criação, as ferramentas já existem, basta saber o melhor modo de utilizá-las", diz. Durante toda a palestra o publicitário mostrou por que alcançou o tão sonhado sucesso.
De uma maneira descontraída e bastante animada ele conseguiu prender atenção do público, que teve a oportunidade de rever criações publicitárias que marcaram época. Borghi apresentou também algumas campanhas veiculadas em outros países, que aliam o tradicional comercial de televisão às novidades da internet.
É o que fez o site yeyeye.com. Os pequenos vt's contam histórias engraçadas e curiosas sem apresentar o fim. A imagem congela e aparece na tela o endereço do site para que o telespectador acesse e finalmente saiba como termina a história. "A estratégia deu certo e o site conseguiu alavancar o número de acessos graças a brilhante idéia de unir as duas tecnologias", comenta ao lembrar que o Brasil ainda não utiliza muito o método e que precisa investir mais em idéias mais ousadas.
O presidente do Clube de Propaganda e Marketing de Santa Catarina, Jailson de Sá, comemora o sucesso do encontro, e destaca a importância para os profissionais e estudantes da área da presença de um profissional de renome no mercado nacional e internacional. "Estamos trazendo a Santa Catarina referências das áreas de marketing e publicidade, que certamente podem afirmar, com excelência, qual deve ser a postura dos novos profissionais, em especial na área de criação. Ninguém melhor do que Borghi, que traz no currículo memoráveis peças como a campanha dos mamíferos da Parmalat e "É o amor" - produzida para a Sazón, para nos trazer essas novas informações ", comenta Sá. José Henrique Borghi - Bacharel em Publicidade e Propaganda pela PUCCamp, sua carreira teve início em 89, na Standard Ogilvy.
Trabalhou também na Talent, FCB, DM9/DDB e Leo Burnett, nesta última por quatro anos e passou pela vice-presidência e direção de Criação e, por fim, presidência da agência.Em dezembro de 2002 deixou a Leo Burnett e, junto com Erh Ray, criou a agência BorghiErh® Inteligência Criativa. No final de 2006, após fusão entre Borghierh e Lowe, assumiu a Presidência da agência, dividindo-a com o Erh Ray. Foi o responsável pela criação de campanhas de grande destaque na mídia para Honda, Itaú, a campanha mamíferos da Parmalat, "Rever Conceitos" da Fiat e "É o amor" para Sazón.