May 1, 2008

A privacidade do jogador Ronaldo vem invadindo a vida dos brasileiros

A privacidade do jogador Ronaldo vem invadindo a vida dos brasileiros há algum tempo. O caso Andréa Albertine é só mais um capítulo desse fenômeno.

Na Copa de 2006, na Alemanha – aquela entregue pelos marajás do Parreira –, Ronaldo Fenômeno apresentou-se para a disputa pesando 100 quilos. Os repórteres que lhe perguntavam se estava gordo (não precisava perguntar, era só olhar) tinham que se ver com a assessoria pitbull do milionário.

Na mesma Copa, Ronaldo Fenômeno liderou aquela revolta cívica dos marajás exigindo apartamentos separados na concentração da seleção. Estava famoso demais, rico demais, entediado demais, gordo demais para dividir quarto com marmanjo.

A idéia da concentração e união do time faz parte da missão de representar o país na principal competição do mundo. Mas para Ronaldo, a seleção brasileira não era do Brasil. Era dele. Tanto que ele podia disputar uma Copa gordo e exigir um apartamento particular. Patriotismo privatizado.

Evidentemente, o jogador se sentiu uma vítima da imprensa, se disse sufocado pela pressão e reclamou até que os jornais noticiassem que ele estava com uma bolha no pé. A Copa era dele, e ele podia perdê-la como bem entendesse.

Os serviços de Andréa Albertine também eram dele, e ele poderia utilizá-los como preferisse. Chato é ficar vendo o jogador reclamar que está sendo vítima de novo.

Vítima de uma armação, diz ele. Não sabia que era um travesti, não se recusou a pagar, não usou drogas.

Caro Fenômeno: cheire ou deixe de cheirar o que você quiser, busque o carinho da espécie que desejar, na esquina que preferir, antes ou depois de deixar a namorada em casa, pelo preço camarada que você estiver disposto a pagar.

Mas, por favor: pare de nos invadir com a sua privacidade.

Guilherme Fiuza

http://www.guilhermefiuza.com.br

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