Feb 15, 2008
EQUILÍBRIO _Técnica inclui posturas da ioga em massagem ayurvédica
Muito boa matéria sobre massagem ayurvédica que saiu hoje na Folha On Line:
Para quem acha que numa massagem basta deitar, relaxar e esperar que o terapeuta faça todo o trabalho, uma dica: esqueça essa moleza toda na ioga massagem ayurvédica. Criada a partir da ioga, a técnica prevê que o paciente realize uma série de posturas para alongar o corpo. O papel do terapeuta é ajudar a pessoa a ampliar os limites de cada movimento, explica Veena Mukti, especialista na técnica.
A massagem começa com o aquecimento da musculatura. A pele é untada com um óleo e salpicada com um pó derivado de uma raiz indiana. O óleo facilita o deslizamento, e o pó ajuda a aquecer a pele, além de criar um atrito para que as mãos e os pés do terapeuta não escorreguem. Isso mesmo: pés.
Em parte da massagem, o terapeuta fica em pé sobre o paciente --o peso do corpo o ajuda a atingir os músculos mais profundos. Apesar disso, segundo Veena, o deslizamento é confortável, pois o pé não é tão incisivo sobre a pele quanto a ponta dos dedos da mão.
É nos deslizamentos, com óleos e pós, que a terapia mostra sua origem ayurvédica --medicina tradicional indiana. A terapeuta Alda Martinelli, que está escrevendo um livro sobre a técnica, conta que a indiana Kusum Modak já praticava a massagem tradicional quando resolveu sugerir a seus pacientes posturas adaptadas da ioga. Mais especificamente, da ayengar ioga, um dos estilos mais suaves da prática.
Ao todo, a massagem ayurvédica conta com 120 manobras de alongamento --em cada sessão, são usadas dez, aproximadamente. Algumas trabalham a flexibilidade da coluna; outras, a abertura do peito; há também as voltadas para o alongamento dos braços. A escolha dos movimentos depende dos objetivos e da capacidade física do aluno. "Quem pratica ioga tem mais flexibilidade e vai conseguir fazer manobras mais avançadas e usufruir mais da sessão", diz Veena.
Entre as posturas mais exigentes, está uma em que o paciente, sentado, cruza as pernas e puxa um joelho em direção ao peito. Primeiro, realiza o movimento sozinho até o seu limite. Em seguida, o terapeuta entra em ação, empurrando lentamente a perna de encontro ao peito. "Essa é para quem já tem mais flexibilidade", afirma Veena, enquanto executa a manobra em seu marido, Veeresh, 39.
A cada etapa, uma pausa para respirar. Assim como numa sessão de ioga, tenta-se conciliar as posturas com a respiração --a orientação é inspirar antes de iniciar um movimento e soltar o ar lentamente à medida que se aproxima do limite do alongamento.
Segundo Veena, muitas manobras buscam expandir a caixa torácica e estimulam a respiração profunda. "Essa técnica é fundamentada no tripé respiração, circulação e energia vital."
A circulação, segundo ela, é contemplada nas manobras por meio do sentido dos desli-zamentos: todos os movimentos realizados pelo terapeuta partem das extremidades do corpo em direção ao coração.
Já a "energia vital", citada por Veena, é trabalhada principalmente no fim da sessão, quando são massageados o rosto e a cabeça. "A massagem ayurvédica conduz a um estágio de meditação. Ela vai silenciando a mente. Ao fim da sessão, a pessoa já está mais relaxada e com a mente quieta. Então eu cubro os olhos do paciente e o deixo sozinho. Para quem tem dificuldade de meditar, essa técnica é muito boa."
AMARÍLIS LAGE
da Folha de S.Paulo
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bem estar
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