Jan 5, 2007

AMORES BRUTOS

Gael García Bernal




Eu recomendo!





Amores Perros(Brutos)
Diretor: Alejandro González
Gênero: Drama
Duração: 153 min.
Elenco: Gael García Bernal, Emilio Echevarría e Jorge Salinas.



"Amores Brutos foi bem recebido no Festival de Cannes e representou o México na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro.
A crítica que acompanha a Mostra Internacional de São Paulo também votou como o melhor título da última edição. O mais significativo, no entanto, é que a obra é saudada como uma renovação no cinema mexicano. Não deixa de sê-lo, já que o último suspiro de originalidade por lá parece ter sido a passagem de Luiz Buñuel.

Lançado em vídeo no Brasil, Amores Brutos é um dos filmes mais importantes dos últimos anos. Isso não se mede só pelos prêmios, mas também pelo notável desempenho de bilheteria em dezenas de países (é o segundo filme mais visto em todos os tempos no México) e pela efusiva acolhida da crítica internacional.

Iñarritu conseguiu tudo isso logo em seu primeiro longa-metragem. Tendo dirigido somente comerciais anteriormente, ele se tornou símbolo da nova fase do cinema latino-americano, em que o verdadeiro talento supera problemas técnicos e financeiros. Foi assim também com Fabián Bielinsky em Nove Rainhas e com outro mexicano, Alfonso Cuarón, em E Sua Mãe Também. É uma geração cujos trabalhos se destacam pela criatividade e vigor dramático.

O caso de Amores Brutos é curioso, pois a trama é longa (153 minutos), violenta e baixo astral. Características que, dizem especialistas de mercado, afastam o espectador. Besteira. O sucesso se explica, entre outras coisas, pela honestidade do roteiro de Guillermo Arriaga Jordán, autor do livro que inspirou o projeto. Ele disse recentemente: ‘‘As pessoas se cansaram do estilo hollywoodiano. Já não se trata mais de histórias humanas, e sim de fórmulas.’’

Tudo se passa na Cidade do México, sempre caótica. São três histórias, que se misturam e se alternam enquanto revelam a convivência entre pessoas de todas as classes sociais e seus cachorros — daí o título original, Amores Perros (‘‘amores cachorros’’). Tudo começa com um rapaz que inscreve seu rottweiler em rinhas ilegais para conquistar a independência financeira. Depois surgem a bela modelo e o ex-guerrilheiro comunista que virou mendigo.

Se existisse uma fórmula, a do filme mexicano deveria servir de exemplo: uma história consis-tente, tratada com seriedade por todos (inclusive elenco) e esmero estético. Parece ser fácil, mas não é. Em meio a isso tudo, há muitos detalhes que contam. À parte o mais óbvio, a desenvoltura do elenco, é preciso destacar a brilhante edição de imagens e som. Já a direção e a fotografia executam cenas memoráveis.

Nada disso valeria não fosse o roteiro de Jordán. Ele atinge em cheio os problemas do México, sem ser panfletário. As diferenças sociais são aberrantes. Não adianta evitar os problemas urbanos, eles acabam por envolver a todos. Por isso a segunda história não é tão fútil quanto pode parecer. A modelo e seu marido publicitário é que são desprezíveis, perdem-se em questões secundárias.


(Gustavo Galvão, da equipe do Correio Brazieliense)

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