Sep 22, 2006

INTRODUÇÃO À ASTROLOGIA - Principios de Jung



O psicólogo suíço e antigo discípulo de Freud, Carl Gustav Jung,
interessava-se pelos ensinamentos da alquimia e da astrologia,
especialmente nas últimas etapas da sua carreira. As revelações resultantes podem ser encontradas na sua Psicologia Analítica. Esta teoria vai muito mais além dos ensinamentos de Freud.
Freud defende que uma criança nasce como uma "tábua rasa" e que o seu carácter começa a formar-se a partir do nascimento. Jung, pelo contrário, afirma no seu livro Tipos Psicológicos: A disposição individual é já um factor na infância; é inata e não pode ser adquirida durante o curso da vida.
Toda a teoria astrológica baseia-se neste princípio.
Liz Greene, psicoterapeuta Junguiana e astróloga, acredita que a astrologia pode ajudar a descobrir a natureza dessa semente inata. A Astrologia fala-nos não só sobre o Eu que conhecemos mas também sobre aquele que não conhecemos, escreve Liz Greene em "Relacionamentos". O horóscopo, sendo um "mapa da psique", pode apontar para traços do carácter que ainda não se tenham tornado conscientes. Com a sua ajuda podemos conhecer-nos melhor e chegar a um maior entendimento da nossa verdadeira natureza. A Psicologia Analítica de Jung fala de algo muito semelhante: individualização e encontro com o verdadeiro Eu.


SINCRONISMO



Em 1952, Jung publica um artigo chamado "Synchronizität als Prinzip akausaler Zusammenhänge" ("Sincronismo como Princípio das Ligações Causais"). O conceito de sincronismo vai para além das explicações puramente causais do mundo – que ainda é o domínio das nossas ciências naturais. Jung argumenta que acontecimentos que ocorrem sincronizados (isto é, ao mesmo tempo) não têm necessariamente de estar relacionados causalmente. Poderá existir, no entanto, uma importante ligação entre eles.
Anthony Stevens descreve uma experiência que Jung teve. Durante um sonho, ele encontra uma figura com as asas de um alcião (um pássaro). Jung quis desenhar a figura para poder recordar a imagem. Enquanto o fazia, encontrou no seu jardim o corpo morto de um alcião. Estes pássaros são extremamente raros na zona de Zurique. Esta situação extraordinária coincidiu com fortes emoções internas.
Provavelmente está familiarizado com situações que o levam a pensar :
"Isto não pode ser uma coincidência!".
Talvez tenha acabado de ler um livro que fala de ideias pouco comuns. Subitamente todas as pessoas do seu meio falam-lhe sobre estas ideias, passam reportagens na TV e na internet depara-se com conceitos semelhantes a toda a hora. Estes incidentes ocorrem simultaneamente mas é claro que um não causa o outro. Eles parecem estar ligados de uma forma diferente.
Brigitte Hamann, astróloga alemã, resume este fenómeno no seu artigo "Gedanken über Astrologie, Synchronizität und Prognose" ("Reflexões sobre a Astrologia, Sincronismo e Predição"):
Um certo incidente ocorre a uma certa pessoa,
numa certa altura, de tal maneira
que adquire para ela um significado especial,
revelando importantes ligações na vida dessa pessoa. Qualquer outro observador do mesmo incidente considerá-lo-ía um acidente do acaso, sem qualquer sentido em particular. Para ele, não há qualquer ligação sincrónica no acontecimento e por isso, não significa nada para si.
A Astrologia baseia-se no princípio do sincronismo. A "influência das estrelas" não existe num sentido causal. Não há nenhum tipo de influência causal. A Astrologia "trabalha" – se é esta a palavra correcta – da forma inscrita na tábua smaragdina:




O que está em baixo é como o que está em cima.
E o que está em cima é como o que está em baixo,
para que o milagre do Uno possa ser alcançado.

Pode dizer-se que o universal reflecte-se no específico. Por conseguinte, podemos tirar conclusões a respeito de acontecimentos terrestres por intermédio das constelações planetárias.

Liz Greene: Os posicionamentos do céu num determinado momento, por reflectirem as qualidades desse momento, reflectem também as qualidades de qualquer outra coisa nascida nesse momento. (…) Um não causa o outro; estão sincronizados e reflectem-se mutuamente.

Esta é, sem dúvida, uma noção alargada de sincronismo, já que não se refere simplesmente a um indivíduo e à sua relação com o seu meio-ambiente directo. De facto, esta noção vê tudo no universo como estando interligado de uma forma significativa. Esta atitude de assumir ligações importantes entre fenómenos que ocorrem simultaneamente é comum à astrologia e ao sincronismo de Jung.

Liz Greene
www.astro.com

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